Não mirei, mas atingi em cheio. Coube a mim, portanto, retirar a flecha fincada no alvo.
Não soube ao certo como fazê-lo, se com cuidado ou sem cerimônias. Apenas observei por uns instantes. O olhar era aflito, como que tendo pressa e ao mesmo tempo querendo esperar.
Fiz o necessário para que fosse um processo tranqüilo. Por sorte, apenas a ponta da flecha estava alojada, de modo que não precisei de muito esforço, porém tive que tomar cuidado para que ela não rompesse, ou danificasse ainda mais o alvo – outras pessoas ainda hão de utilizá-lo, e preciso de minha flecha intacta.
Pude perceber que o estrago parecia menor enquanto ela estava alojada, mas ainda assim era um estrago. Agora, ao menos, poderá ser reparado.
- Você vai escrever sobre isso? – perguntou-me, certo de uma resposta afirmativa.
Eu deveria. Mas porque devo, não me interessa escrever.
E quando permitimos que essa flecha se instale fundo, sem limites?
ResponderExcluirE quando achamos que ela já faz parte do corpo, é um orgão vital?
E quando nos arrancam sem cuidado e deixam não uma cicatriz mais a sensação de que amputaram algo de você?
A flecha entra conforme permitimos...
O que fazer quando viramos vitimas de nós mesmos?
Eu queria saber, eu preciso saber...
Talvez o segredo seja deixar de ser alvo, e passar a ser flecha.
ResponderExcluirOwwwww me faz chorar não...
ResponderExcluirvc tá absolutamente certa!
nossa, "deixar de ser alvo, e passar a ser flecha."
eu pensei que era a flecha.. mas eu era um alvo, muito exposto!
Exposto sim, mas por esse motivo mesmo, sincero.
ResponderExcluirA flecha só machuca, não vale a pena.
Quem dera ser alvo!
Bjs :)